quarta-feira, 26 de setembro de 2012


Estrelas



Não sabia seu nome. Só sabia que ele mexia comigo de um jeito que nem eu mesma conseguia explicar. Ele não disse uma palavra sequer neste dia. Esperava-me em nosso lugar secreto e estava muito sério, meio perturbado até. Quando lhe questionei, se aproximou abruptamente, me pegou pela cintura e me beijou com urgência e muita intensidade. Conseguiu. Abaixei a guarda. Ele era estranhamente envolvente. Não era intencional, mas ele era assim.
         Eu estava completamente apaixonada e nem sabia seu nome, de onde vinha, onde morava... Estava lucidamente envolvida com um desconhecido e, por incrível que pareça, não sentia medo algum.
         Depois do beijo que me deixou meio tonta, ele pegou em minhas mãos, olhou no fundo dos meus olhos (parecia enxergar minha alma neste momento!) e disse que me amava. Fiquei desconcertada. Mas, antes que eu pudesse me reencontrar, ele se afastou, tirou a camiseta e, por mais surreal que isso possa parecer, duas grandes asas se abriram bem diante medos meus olhos. Eram estranhamente lindas! Grandes e totalmente revestidas de uma plumagem luminosa, meio branca, meio dourada e revestida com uma espécie de metal. Não  pude reparar muito nos detalhes. Aliás, eu estava absorta olhando para aquele homem lindo de asas. Não é coisa que se vê todos os dias, mas estava ali, diante das minhas retinas...
         Mais uma vez ele se precipitou: abraçou-me por trás sem dizer uma palavra sequer, bateu suas grandes asas fazendo-me arrepiar, e voou. Fechei os olhos. Sempre tive medo de altura e agora eu estava voando! Mas o medo foi sumindo e pude perceber o vento acariciando ferozmente meus cabelos. Apertei minhas mãos em seus braços e o senti me envolver ainda mais. Então pude ver a cidade de um ângulo jamais esperado. Estávamos próximos às estrelas e eu podia ouvir asas batendo atrás de mim. Quando achei que estava prestes  a despertar de um sonho, ele sussurrou em meu ouvido: meu nome é Lucas e eu sou um anjo que se apaixonou por uma humana. Não pude ouvir mais nada. Só senti seu abraço e nada mais me importava.
24/09/2012

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