quarta-feira, 26 de setembro de 2012



Sofia





Sofia já não sabia o que sentia,
via coisas que mais ninguém via
e se via como alguém que sorria.

Sorria em meio a um mundo perdido...
Onde todos procuravam um abrigo
para se esconderem do que fora vivido.

As pessoas tinham medo do passado,
de tudo àquilo que fizeram de errado,
pois, de repente, tudo havia voltado.

Todos menos Sofia, que sorria.
Sentia,  amava e vivia
sem se preocupar com o que viria.

Era como um anjo na tempestade:
enquanto todos fugiam de suas maldades
Sofia ria com sua verdade.

Ela não tinha medo dos seus erros.
Não os via como pesadelos.
Encarava-se sem receio.

Sentia-se livre como uma borboleta
voando em meio à tormenta 
Enxergava cores no mundo cinzento

Não precisava fugir de nada
Era completa, sem máscaras.
E feliz seguia pela estrada.

Uma pessoa é feita de erros e acertos.
De sonhos, fracassos e medos.
De histórias, memórias e pesos.

Somente Sofia entendeu.
Não renunciou a nenhum pedaço seu.
Era completa, firme no que viveu.

Sabia que um todo não se divide.
E esse todo é tudo o que existe,
de cada um que vive, que sente.

Não podemos nos separar de nós.
Mesmo inteiros e sentindo-nos sós,
Neste velho mundo sem voz.

Sofia conseguiu ser inteira
Conseguiu ser verdadeira,
Conseguiu ser ela mesma.

Não se prendeu a nada além.
Não se sentiu dona de ninguém.
Era ela, mal ou bem.

Inteira em seus extremos.
Suave em seu vento.
Tudo em um momento.
2012

Um comentário:

  1. Minha favorita! Fiz ela a alguns anos e ela me encanta ainda... Chega de influenciar!

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